O poeta pede palmas e luz
Como as flores na janalela
Pedem para que sejam ouvidas em seu perfume
Tocando o coração
Perfumes de lembranças e sonhos
Que ficaram na estação das crianças
O poeta pede palmas caladas e suspiros
Para o desfecho do mistério de sua escrita
Luz no palco, o poeta derrama lagrimas
Como cántaros na primavera das ruas
Derramando água no asfalto quente
Pede o poeta para sermos mais gente
O poeta pede o calor de um sol
O diamante da lua e os aneis de saturno
Para se adornar de universo e voar por entre as almas
Que quietas esperam desfecho e a revelação
Vez ou outra me virá um susto e uma pequena dor
Mas não serão meus exageros de viver?
Como sempre exageramos o mundo
E as vezes nos achamos tão pouco?
O poeta pede que caia a força
Que caiam os altos céus e apareçam os anjos
O poeta pede a ressurreição
O poeta pede o rosto de Deus
A mais antiga das jóias e o mais santo dos livros
O mais perfeito dos testamentos e o mais raro dos salmos
Deus desejava a Davi
O poeta deseja a Deus, ele deseja a paz
Mas ser poeta não é ser uma guerra?
Uma eterna luta, um duelo nunca decidido
Dois amigos descem pelos vales e andam sem se ver
No entanto eles se falam e sabem a cor de sua própria voz
O poeta pede os dialetos mortos para abrir o mar dos corações
Para que passem as romarias de suas cantigas
De suas histórias e de suas emoções
O poeta deseja ver lágrimas nos seus olhos
O poeta também deseja causar a sua dor
Sem algo que seja ruim
O poeta te deseja homem e mulher, na humanidade dormida
O poeta deseja o seu sentido de ser, para que então sejas sem o medo do sonho
Sem que a realidade engula uma voz de grito
Sem que haja um perdão para tudo isso
O poeta deseja o desfecho
Por favor, sejam quietos e honestos neste momentos
Que se relevem ousadas as verdades históricas de todos nós
Que todos então sejamos uma verdade unica de tudo
Que sejamos todos um só amor e uma só pessoa
Eis que os desfecho chega a temperatura de um nascimento
Eis que sois vós
Todos poetas
WallMushu
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