Eu ando com o vento
Como marcha sem prévio aviso
O esqueleto inconsciente
O passo sem descrição
Me parece gente
Me parece visão
Eu ando comum como tudo
Sem pensar em ruas vazias
Sem pensar em mais ninguém
Sem pensar nos sinais verdes
Cantando comigo
Andando como os andarilhos
Minha respiração evidente
Assim como o mundo
Eu quero cantar
As águas novas para os mudos
Todas as flores de Setembro
Todas as lembranças e histórias
Que eu puder encontrar
Como a criança eu quero viver
A eternidade de um segundo
Toda emoção da Bossa Nova
Eu quero viver
Toda delícia e magia
Dos imortais
Eu quero escrever com o lápis
O bem e o mal
Como um Buda
Eu quero saber morrer
Com uma simples renúncia
Ao mundo e tudo mais
Para mergulhar no Nirvana
WallMushú
quarta-feira, 28 de março de 2012
Cumprimentos à pátria
Horas atrasadas
Bate o martelo
Modéstia temperada
Roda o peão
O trem das onze e meia
Só chega meio dia
Salário atrasado
Malha o patrão
Gente coitada
Comento o pão com suor
Gente coitada
A dor e a madrugada
Batem no ponto das sete horas
Volta a rotina
Volta o patrão
Gente que trabalha
E esmola a vida
Levando nas costas
Toda a nação
Gente pisada
Que não tem rima própria
E o medo da polícia
E o da prisão
Desce o sorveteiro
Sobe a gasolina
E tudo tem um jeito
Que é pior
Até quando será
Que vamos aceitar
Receber como prêmio
Alguns trocados
Até quando será
Que o poder ficará
Em algumas estrelas
Num céu intocável
Até quando será
Que a lei será
Tão bonita e poética
E tão pouco real
Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
O mundo tem um milagre
Que não se pode pagar
Enquanto os homens alcançam
Muito mais riquezas
Cresce mais uma doença
Que não se pode tratar
Até quando será
Que vamos dormir
Em pedaços de sonhos velhos
Que já não tem mais sentido
Como Caetano dizia
A zil anos atrás
Terá que soar
Terá que se ouvir por mais zil anos
Somos pobres e muito mais
Mas ainda somos muitos
Cumprimentos educados a pátria prometida
À um mundo de gente
Que já não tem fé em nada
WallMushú
Bate o martelo
Modéstia temperada
Roda o peão
O trem das onze e meia
Só chega meio dia
Salário atrasado
Malha o patrão
Gente coitada
Comento o pão com suor
Gente coitada
A dor e a madrugada
Batem no ponto das sete horas
Volta a rotina
Volta o patrão
Gente que trabalha
E esmola a vida
Levando nas costas
Toda a nação
Gente pisada
Que não tem rima própria
E o medo da polícia
E o da prisão
Desce o sorveteiro
Sobe a gasolina
E tudo tem um jeito
Que é pior
Até quando será
Que vamos aceitar
Receber como prêmio
Alguns trocados
Até quando será
Que o poder ficará
Em algumas estrelas
Num céu intocável
Até quando será
Que a lei será
Tão bonita e poética
E tão pouco real
Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
O mundo tem um milagre
Que não se pode pagar
Enquanto os homens alcançam
Muito mais riquezas
Cresce mais uma doença
Que não se pode tratar
Até quando será
Que vamos dormir
Em pedaços de sonhos velhos
Que já não tem mais sentido
Como Caetano dizia
A zil anos atrás
Terá que soar
Terá que se ouvir por mais zil anos
Somos pobres e muito mais
Mas ainda somos muitos
Cumprimentos educados a pátria prometida
À um mundo de gente
Que já não tem fé em nada
WallMushú
segunda-feira, 26 de março de 2012
Paralelípsia
Um pouco mais
Do que é muito
Fora do segundo
Sempre existe um olhar a mais
Do que é muito
Fora do segundo
Sempre existe um olhar a mais
No mundo
Como se faz um amor perfeito
Como se faz?
O amar livre do peito
Eu ainda desejo voar
E cair sem chegar
Eu ainda não sei nesta vida
Meu lugar
Pobres dias salgados
Uma vez que eu seja meio amargo
Um tanto adstringente
A faísca do fogo ardente
Eu ainda sou teimoso em tentar olhar
O mundo com bons olhos, apesar do mal
Este mundo não é pra mim,
Não é assim
E ponto final
Como se faz um amor perfeito
Como se faz?
O amar livre do peito
Eu ainda desejo voar
E cair sem chegar
Eu ainda não sei nesta vida
Meu lugar
Pobres dias salgados
Uma vez que eu seja meio amargo
Um tanto adstringente
A faísca do fogo ardente
Eu ainda sou teimoso em tentar olhar
O mundo com bons olhos, apesar do mal
Este mundo não é pra mim,
Não é assim
E ponto final
WallMushú
Meu Brasil
Meu prejuízo
Meu calvário e meu arrepio
Minha sorte sem medo
Aliviada
Sem ter o respeito de mim
Cai a chuva no céu claro
De fulguras mil
Meu Brasil, brasileiro
O dia inteiro
Meu Brasil, brasileiro
Mulato, Globeleza e navio negreiro
Abre a porta
No flagra, o abuso sexual
De mulher e criança
Meu Brasil marginal
Preso na cocaína
Algemado e vendendo na esquina
Dias a fio
Meu Brasil, brasileiro
Vê se cresce não só pelo dinheiro
Meu Brasil, Brasília
Vamos ver que é o dono da matilha
Do poder
Do roubo que ninguém pode saber
Do Brasil que morreu
E ninguém quer ver
Noite enluarada
Dinheiro no bolso é risada
No covíl
Meu Brasil
Meu calvário e meu arrepio
Minha sorte sem medo
Aliviada
Sem ter o respeito de mim
Cai a chuva no céu claro
De fulguras mil
Meu Brasil, brasileiro
O dia inteiro
Meu Brasil, brasileiro
Mulato, Globeleza e navio negreiro
Abre a porta
No flagra, o abuso sexual
De mulher e criança
Meu Brasil marginal
Preso na cocaína
Algemado e vendendo na esquina
Dias a fio
Meu Brasil, brasileiro
Vê se cresce não só pelo dinheiro
Meu Brasil, Brasília
Vamos ver que é o dono da matilha
Do poder
Do roubo que ninguém pode saber
Do Brasil que morreu
E ninguém quer ver
Noite enluarada
Dinheiro no bolso é risada
No covíl
Meu Brasil
WallMushú
Vivácido
Já não me faço de juízo
Nem rogo os anos a mais que não tenho
Nem as palavras mais sérias que digo
São as que entendo
Em vão busco o espaço
Que me negaram
Por ser poeta
Por ser sincero
Pior é o teto que me tiraram
E em vão durmo em cama quente
Sem lembrar o que seja paz
O que seja gente
Um jovem
Tacando pedras
Falando como velho
No espelho
Dos pés a nuca
Arrepia a combustão
De queimar o mundo
Com a boca
WallMushú
Nem rogo os anos a mais que não tenho
Nem as palavras mais sérias que digo
São as que entendo
Em vão busco o espaço
Que me negaram
Por ser poeta
Por ser sincero
Pior é o teto que me tiraram
E em vão durmo em cama quente
Sem lembrar o que seja paz
O que seja gente
Um jovem
Tacando pedras
Falando como velho
No espelho
Dos pés a nuca
Arrepia a combustão
De queimar o mundo
Com a boca
WallMushú
Juro
Juro ao amor
Não matar meu mal
Mas fazê-lo meu bem
Juro a mim
Não negar o fim
E recomeçar
Juro a todos
Ser o melhor
Que puder dar
Juro me esforçar
Para que não seja assim
Juro ser o Yang e o Yin
E equilibrar sem aceitar
O mundo como está
Juro ter mais consideração
Com aqueles que dão a mão
Pra me levantar
Juro descer
No fundo do poço
Por quem precisar
Quando precisar
Juro mais
Não ver os tais
Que se julgam os melhores
E dentro dos piores
Tem o seu lugar
Juro aprender a oração
Para salvar
A quem puder
Juro estar lado a lado
Pro que vier
Juro não ser indeciso
Juro estar na vida
E depois dela se for preciso
Juro não olhar para traz
WallMushú
Não matar meu mal
Mas fazê-lo meu bem
Juro a mim
Não negar o fim
E recomeçar
Juro a todos
Ser o melhor
Que puder dar
Juro me esforçar
Para que não seja assim
Juro ser o Yang e o Yin
E equilibrar sem aceitar
O mundo como está
Juro ter mais consideração
Com aqueles que dão a mão
Pra me levantar
Juro descer
No fundo do poço
Por quem precisar
Quando precisar
Juro mais
Não ver os tais
Que se julgam os melhores
E dentro dos piores
Tem o seu lugar
Juro aprender a oração
Para salvar
A quem puder
Juro estar lado a lado
Pro que vier
Juro não ser indeciso
Juro estar na vida
E depois dela se for preciso
Juro não olhar para traz
WallMushú
Nações do céu da boca
Valores humanos
E a simplicidade de rir
Não batem seus santos
Jornal Nacional
E a mãe que paga crimes
Por um filho
Valores de aluguel
Não pagam o preço
Da vida
Que é vivida todo dia
Dinheiro não paga
As mágoas
E o céu não é mais o limite
Perdoa ou julga
Confia ou fica com pulga
Atrás do coração
Hinos errados
E a traição é a vitória
Dos inocentes
Perante a corte dos leões
Há um grito
Que passa no tempo
Incita a revolta
Mas não traz de volta
O que passamos
Perdoamos
Sempre foi assim
Pra todos nós
Que fomos à voz de uma nação
Bandida, banida, perdida... vendida!!!
WallMushú
E a simplicidade de rir
Não batem seus santos
Jornal Nacional
E a mãe que paga crimes
Por um filho
Valores de aluguel
Não pagam o preço
Da vida
Que é vivida todo dia
Dinheiro não paga
As mágoas
E o céu não é mais o limite
Perdoa ou julga
Confia ou fica com pulga
Atrás do coração
Hinos errados
E a traição é a vitória
Dos inocentes
Perante a corte dos leões
Há um grito
Que passa no tempo
Incita a revolta
Mas não traz de volta
O que passamos
Perdoamos
Sempre foi assim
Pra todos nós
Que fomos à voz de uma nação
Bandida, banida, perdida... vendida!!!
WallMushú
As cruzadas
Eu quero um veneno calmo
Saltar de meus olhos num desfiladeiro
Rasgar nos meus braços
As asas brutais do anjo guerreiro
E ocultar a luz do sol
Mágoas do anjo negro
Quem dera rever o universo outra vez
E outras vezes
Eu desejo um cálice
Seja o ultimo e o primeiro
Para que eu beba o meu beber
Por inteiro
WallMushu
Saltar de meus olhos num desfiladeiro
Rasgar nos meus braços
As asas brutais do anjo guerreiro
E ocultar a luz do sol
Mágoas do anjo negro
Quem dera rever o universo outra vez
E outras vezes
Eu desejo um cálice
Seja o ultimo e o primeiro
Para que eu beba o meu beber
Por inteiro
WallMushu
Assinar:
Postagens (Atom)