segunda-feira, 5 de março de 2012

Ao vivo

Ameaçados os toques
Tocar o mundo
Voraz o vidro dos olhos
Sem um fundo
Beijar, a vida que se apresenta como nova
Tendo a doce paciência de espera
De saber lidar
Num silêncio quase mudo
Lamber, com os ouvidos
O dialeto do mundo
Resumindo tudo ao leve expressar
Da necessidade surda
E de todos tão sofrida
Sem consciência
Como um sonho lúcido
E partir da mesma repetida
Sombra que agora é dia
E partir desse mesmo dia
Para o que se chama vida
Ou dizem ser vida
Sem sentido e sentida
Amarga e amiga
E porta de saída
Para entrada
Nascida a primeira morte
Estéril agora que se desconhece
Trança os fins de fôlego no susto
Ditado da rotina
Herança da vida é a morte
E de rainha que se faz viuva
A moda antiga
Sem culpa, sem ressentimento
E sem consideração
Que se dê ao mortal a sua sina
Essa é a máxima mais prescrita
Nos bens rabiscados manuscritos desta vida
Dos que sabem, hora alívio, hora agonia,
Hora insônia, hora alegria
Hora por hora sempre chega a decisiva
E fim

Wallmushu

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