Aurora da noite
Aurora da noite
Que beija sonâmbulos os casebres
E luzes acesas depois da hora
Aurora da noite
Aurora da noite
Nascente de areia e mar
Relutante e reclusa das ruas de pedra
Aurora da noite
Aurora da noite
Diamante de gelo e gema de fogo
Dos ricos e dos pobres, todos indigentes
Aurora da noite
Que passa como um presságio do mundo
Esguia maresia anterior ao meu medo
Do escuro antes do dia
Aurora da noite
Alma de mil léguas inventadas
E outras verdades correntes
Nas águas verdes aos pés de todos nós
Aurora da noite
Eu, gigante das misérias
Como tuas estrelas
Amantes das minhas mãos negras
Aurora da noite
Aurora da noite
O quase dia que espera
Enquanto eu vago em vão silêncio
Aurora da noite
Debaixo de multiplicadas ruas de cordel
Coberta com escrituras malditas
E a luz dos paraísos médios
Aurora da noite
Rosa dos ventos soturnos
Ébrios da sorte que se lança
Á ponta do punhal
Aurora da noite
Aurora da noite
Eu que sou todo anjo
E todo mau
WallMushu
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Hoje
Hoje voltei a escrever, parece muito ou pouco tempo não sei. Andei envolto de tudo o que me aconteceu e do que eu fiz acontecer, não sei, me pareceu meio estranho, mas tive a sincera certeza dentro de mim, dentro do meu mais fundo pensamento, tive e tenho certeza de que fiz o certo.
De que me adiantaria matar muitas vida perto de algo que eu me tornava que nem mesmo me reconhecia quando me olhava no espelho de manhã, pois tudo é um constante princípio, as vezes acho que estou enlouquecendo.
No entanto, me retirei aos mais áridos desertos e lá fiquei, procurando por papiros antigos que somente eu entendo, agora é madrugada, tem um choro recem-nascido, como um desespero na rua que de súbito me gerou um ódio demoníaco contra quem o estava cometendo e nem mesmo mais consigo encontrar o rumo do que estava escrevendo. Me conheço, me sei, no entanto algo sempre cresce dentro de mim, que é mais forte do que eu, aquilo que não tem caminho, aquilo que não tem chegada, porque não mora em lugar nenhum.
Agora é madrugada, no entanto, nem me importo porque somente agora consegui escrever o que não tem cheiro, o que não tem estadia ou passagem, o que não tem rosto ou semelhança, porque somente não é nada nascido .
Neste estado presente de mim, tudo o que me tornei agora compôem uma obra que eu não sou, o que não tem melodia, o que não tem tonalidades, o que não tem dimensões, porque é uma coisa só.
O que eu sou não se mede em palavras e o que eu escrevo vai muito além delas. Hoje foi uma terça feira.
De que me adiantaria matar muitas vida perto de algo que eu me tornava que nem mesmo me reconhecia quando me olhava no espelho de manhã, pois tudo é um constante princípio, as vezes acho que estou enlouquecendo.
No entanto, me retirei aos mais áridos desertos e lá fiquei, procurando por papiros antigos que somente eu entendo, agora é madrugada, tem um choro recem-nascido, como um desespero na rua que de súbito me gerou um ódio demoníaco contra quem o estava cometendo e nem mesmo mais consigo encontrar o rumo do que estava escrevendo. Me conheço, me sei, no entanto algo sempre cresce dentro de mim, que é mais forte do que eu, aquilo que não tem caminho, aquilo que não tem chegada, porque não mora em lugar nenhum.
Agora é madrugada, no entanto, nem me importo porque somente agora consegui escrever o que não tem cheiro, o que não tem estadia ou passagem, o que não tem rosto ou semelhança, porque somente não é nada nascido .
Neste estado presente de mim, tudo o que me tornei agora compôem uma obra que eu não sou, o que não tem melodia, o que não tem tonalidades, o que não tem dimensões, porque é uma coisa só.
O que eu sou não se mede em palavras e o que eu escrevo vai muito além delas. Hoje foi uma terça feira.
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