sábado, 19 de fevereiro de 2011

Dedicação aos noivos

Despertem as flores
Hoje o dia nasce com suor e trabalho
Para a perfeição da noite
Os olhares trocados em cumplicidade
Reluzida na prata dos talheres
Traduzida nas almas
A chuva cobre uma bençãos de paz
Para a noite que vem se preparando de noiva
A noiva prepara seus olhos
O noivo prepara sua grave voz de trovão
Para os votos trocados
Perante todos
A noiva deseja casar
O noivo brilha nas alianças
Nascendo um novo lar
As toalhas bem preparadas
Na terra o suspiro fresco
As estrelas encantadas
Pela luz das brazas
Os olhos baixos suspirados
Aguardando a entrada
Das ninfas divinas cantando
"Invejamos ela
Que é tão bela
Que brilha como a lua
Que vai se casar
Que seja na delizadeza das manhãs claras
Sempre amada
Que o noivo lhe seja sempre os beijos
Os braços fortes
As voz de trovão
Que ela seja a rainha
Das terras prometidas
Dos orvalhos da madrugada
Dela é a voz das conchas
Das sereias, que dela seja o canto
Mítico sob as águas
Ela é mulher e deusa
E nós desejamos
Ter dela a benção de encontrar
Alguém para nós
Feliz seja o homem
Que for dela marido e alma
Para a vida inteira
Feliz o homem que tocar sua mão
E dela tirar o ar entregue
Que venham os filhos fiéis a promessa
Que seja sempre jurada
A vida aos dois
Que a morte se envergonhe
De terminar sua estrada
Mas que nem depois desta passagem
Se apague o amor dos dois"
No coração um universo de cores
Nos olhos os raios de uma super-nova
Ela entra mulher
E sai noiva
Ele entra homem
E sai noivo
Verdes que se amadureçam na primavera
E que abram as flores para os frutos
Para os noivos de mãos dadas
Que sonham com um lar
A festa com o calor
De fraquejar as pernas
De tamanho amor
Que não seja mais segredo
Onde as nascentes criam os rios
Para os mares
Para os noivos
Toda sorte
Que a vida lhes seja doce e cheia de seda
Com porcelanas bordadas e nuvens brancas
Que beijem os beija-flores e as açucenas
Que a noite faça silêncio para o seu sono
Que os noivos façam rendas de sonhos
E uma colcha de retalhos de infancia
De doces momentos
Que sejam casadas as alegrias
Que sejam conjujes as dores
Nas linguas a voz dos anjos
Soe a melodia das liras
Vibrem os sinos
O sol nasce de mãos dadas
Os noivos caminham ao horizonte

Um pingo de amor

As pedras e os metais do mundo estão sufocando as flores e devastando as matas.
O ser sente seu coração preso embaixo das ruas
Há sempre um PARE em todas as placas
Há muitas roupas para esconder os corpos
Há sempre uma lógica mentirosa pro que não entendemos.
Deitamos sentindo o peso de viver como uma penitência
As pessoas não nos olham nos olhos
E disfarçam as vozes em tom classico das prosas
Este é o novo mundo para os corações sensíveis
Ou a armadilha criada para nós pelos idiotas
A educação não cabe ao amor
E as leis nem sempre tem razão
Estamos juntos e nús num mundo de asfaltos e de chuvas ácidas.
O mundo vem tentando matar o sentimento e a emoção.
Não deixe o sonho se render aos comerciais
Veja minha querida
Meu coração baterá
Por mim e por você nesta vida

Com muito amor !!!!
Esta carta de um sobrevivente ao caos atual, que te ama sobre tudo!!!!!

Pincéis,lápis, ação

O poeta dilata as flores pálidas
Como um coração entre as máquinas
Como abelhas que buscam o néctar
Nas aquarelas
Ouço as vozes e não vejo as cores
Com o insensível toque
Da luz das velas
Chove o suor sobre os telhados de tinta
E os espelhos fingem o sorrisos
Enquanto as mãos rabiscam a terra
E inventam a semente
As paredes estão escritas com orações
Depois da guerra


Escrevi essa poesia enquanto esperava meu professor chegar na aula......
Mas não entendam mal......eu estudo direitinho!!!!!rsrsrsrsrsrs

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A lágrima

Cidade escura de espinhas
Abotoadas e mansas
A gravata, a gaivota
A nuvem opaca
Goteja a natureza pesada
Sonoro semblante de silêncio
No fundo alvo e azul
Da serenidade e da tormenta
As mãos tocam o castanho dos olhos
Ao fundo dos oceanos
E a canção das conchas encharcam a alma
De uma doce e salgada saudade da infancia
E da pureza inesperada
Cabem sob os pés as agulhas do chão
E nas mãos o calor das brasas
Cabe no coração as flechas e a lança
Que solta a água
Pobres nos ramos as aves desplumadas
Que irônia sonhar com as palmas e as cortinas
Sem a vida da alma
Cabem em minhas mãos
Os corações e as lágrimas dos meus filhos

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O domingo nas esquinas

Menina menina
Nas mesas a surpresa é você mesma
Imagina, não pense demais
Deus quer os atos

A ilusão é tão passageira
Nem sempre há tempo de tantas respostas
Não perca seu tempo pegando os ratos
Tudo é destino e ninguém tem as horas

Tua vida virou brincadeira
Nas mãos de quem te sorri agora
Dormidas as manhãs e alegrias
Ninguém lembra de ti

Menina menina
Nem calvário nem sina te esperam la fora
O mar que te assombra é uma gota chuva
O beija flor voou e ja vamos embora


Para Vânia!!!!!
As amizades são aquelas que vão te arranhar e te ensinar a dor, mas que vão te dar o remédio pra mostrar que pra tudo tem um jeito.
Ninguém precisa ser só, mas encontrar alguém exige a solidão de estar aberto a uma companhia que seja boa e construtiva, da qual você participe pra terminar a obra inconcluida.
Pra talhar a perfeição precisa-se de força nas mãos e coragem de mudar a madeira bruta, as lágrimas vão dar o sentimento, as mãos a suavidade, o suor vai trazer a imagem do trabalho e a dedicação de quem corre atraz e busca seus objetivos.
Talhe também os pés, para que ná visão deles se possa ter a certeza de que ninguém poderá percorrer os teus caminhos nem carregar as tuas sacolas.
Mostre nesta obra olhos e uma boca de suavidade e feição humana tão rara hoje em dia.
Coloque os ouvidos, porque tudo o que você ja ouviu nós também ouvimos, nem sempre das bocas, mas sim das situações.
Essa poesia tem uma independencia de não ser presa a nada, pra desatar os nós do seus caminhos e das mãos dos pseudo-amigos que sempre te dão os sorrisos com um fundo de silêncio, pra te fazer acreditar que estás só no meio de toda a gente.
O mundo é grande e nada te impede de crescer além sd simetria das medidas.
A vida pertence àqueles que tem a força de tornar seus sonhos realidades vivas.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

As quatro passagens

A lua derrama petalas salgadas
Quando dormem os cachorros
No inverno das almas brancas
Nas cinzas depois da primavera

Quando dormem os cachorros
E uivam nas terras médias
As uvas da época
Enquanto os ursos caçam

A sonolência viva das corujas
Sentinelas das Quimeras
Pelas lentes desfocadas
Latentes e quentes

As escrituras estão repletas
Dos dialetos santificados
Com eras e eras
De idade

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Poesia de ultima hora

Usando as letras
E as cabeceiras
Não pergunte de onde sai o meu amor
Porque é besteira

Não me pergunte do perfume
Das rosas que eu sinto na beira
Da praia da tua lágrima sincera
Vendo o segundo sol da areia

Não pergunte da frieza
Do mundo que não é brincadeira
Isso são águas não passadas
Que arrastam correntes as noite inteira

Não me pergunte da outra vida
Que só espera na outra beira
Inconsciente nas mãos umidas
Da lavadeira

Não me pergunte meu coração
De criança em baixo da cama
Eu tenho medo de tudo
Você é minha santa guerreira

Não me pergunte os mistérios
As charadas os remédios
Que vão na veia


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Palavras entre palavras

Palavras semi-contidas de uma noite clara
Invertebradas e também desconhecidas
Vende o íntimo de todas as cartas
E cruzam as romarias
Guerreiam santa a guerra das cruzadas
E disfarçam as linguas malditas
E reatadas

Palavras semi-cortadas de uma calma fria
Límpida e cristalina como água
Gela e sela a sorte sombria
Soturna dos que jogam por nada

Palavras semi-nascidas e rejeitadas
Cinzas, coloridas ou prateadas
Maqueiam as esperanças mortas
Andando perdidas
Orando com o pesar das probres e sombrias
Sombras vazias

Palavras semi-criadas de uma genese imanente e nata
Desertas da noção de vida opaca
Deus já não fala

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Fé com inicial O

Tua falta de fé
Mesmo com os ramos verdes
E este silêncio soturno
Que corre pelas montanhas
De papeis escritos sem sentido
Quando te olhei você me sorriu
No meio dos ecos
Dos vidros espalhados no chão
A minha paz costurada
Com fios de nuvens cinzas
A minha voz deformada
Porque na tua distancia
Calaram-se os signos
Escreveram-se cartas com o tempo
Nas garrafas
E a mim como corpo que anda e fala
Vez um sonho dormido
E de fúria me lembras de que sou pó
Vindo do pó e ido ao pó
Mas tua falta de fé
Apesar dos ramos vedes
Secou as águas da fonte
Mesmo meus olhares admirados
E admensionais
A tua falta de fé criou desertos
A tua falta de fé
Fez escrituras mortas
Em mim que sou teu sangue
Não tens fé
A tua descrença
Secou minhas veias
Mesmo com as pedras do chão talhadas
Tua falta de fé matou a arte
E a transparência
E as minhas mãos invalidas
Cavando na terra
Um triste passado sem lembrança
De colunas caídas
Em nome de guerras santas
Prometida como paz por séculos
O céu imita sonhos acordados
E um sentimento solto
Pelos espaços


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Noite de duas luas

O que aprendi
Tendo as sete vidas
Como os vitrais na basílica
Ancorando nas areias das pátrias
Como terras não descobertas
Cada pessoa numa promessa oferecida
Ousada no altar da santidade
Corrompida com o amor da salvalção
Destilado em paixões
Moças destilando emoções das antigas correntes
Os moços desejam os corpos das moças
Como serpentes nas liras desejam
As mãos do tocador
Crueis e infieis, lágrimas mentidas
A vida desponta
Amor de minhas entranhas, morte viva
Em vão espero tua palavra escrita




As ultimas duas linhas deste poema, peguei emprestado de outro, em dedicação a Federico Garcia Lorca, um dos maiores poetas que tomei conhecimento.

O Barlô

O Barlô pensava que era gente, quando nem gente era.
A utopia era quem era Barlô, e pensava como um grito na noite na sua seresta.
A comum vida era de todo sacrificada com um emprego que nada valia, nada na vida parecia para Barlô ter motivo. A dura paisagem de pedra florescia branca com a luz na janela, eu penso que Barlô era um tanto poeta, e um tanto vagabundo também.
A crise da existencia se devia ao fato da inconsistência das coisas em terem nomes, o nome da um sentido ou forma? Como dar forma e sentido ao que já tem forma e sentido.
O olhar de Barlô era uma lente fundo de garrafa que fazia as coisas parecerem esfumaçadas.
Em que momento Deus se tornava três pessoas? Nada nas charadas dava nome as coisas e no entanto eram a maravilha inventada de Deus. Deus não era Deus, era um nome, aquele que era nomeado Deus era.....
Barlô se descobria no fundo fim da natureza das formas nomeadas, ele encontrava Deus além do nome, na concepção da única geratriz unidimensional que criaria onisciente um ser criador de si, Barlô encontrava em Deus a criação de Deus, como inexistência criando a existência através da ausência de sua forma.
Nada de sentido davam a Barlô a maior compreensão do dia em que havia acordado com 10 anos e de súbito se vira no espelho, se deparara com o reflexo que dava forma ao que não era mesmo sendo, havia a forma refletida, mas não havia existência da forma, a imagem somente era um aparente exemplar do que já existia, apenas como visão, uma fusão como fragmento dos olhos, uma visão criada da visão, vejo que é, e que não esta.
A razão lógica das coisas não tinha lógica para Barlô, a resposta era a primaria ilusão da verdade mais funda, uma verdade que não tinha resposta, somente era a verdade.

Comumente

É verdade
Aconteceu de repente
De todos os lados
Com todos os olhos comentados
A risca do meu acaso

É verdade
É realidade
Como nunca visto
A minha cara tão palida

É um dia
Mal tirado
Em fotografia

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Ode ao salvador

Este novo traço
Com que tanto me encantei
De tantas formas
Nas dunas de areia
Repeti este rosto, e cantei poemas
Este, que novamente se pos
A minha frente
Dentre tantas pessoas nas ruas
Eu chorei tua morte crua
Insensível e covarde
Nada fizeram e nada
Voltará o passado, nem tua vida
Me perdoa pois não nasci a tempo
De te salvar, nem mesmo salvar a outros
Agora vivemos a guerra oculta
Nos sussurros e nos canto escuros
Quem vai te perdoar
Na loucura pelo dinheiro
Na traição que fizeste
Onde terás paz no teu repousar eterno
Bom companheiro
Quem te dará o perdão eterno
Se eu sei teu segredo
Depois de tua morte
Gênio, mas ainda sim,humano
E fraco
Mesmo teus olhos inocentes
Não te perdoam
Mas pela noite caminhamos
Perdidos nos ponteiros
Dos teus bigodes nus
Da tua palavras tremula
Minha infancia tão escassa
Não foi pequena
Nem pelas traduções
Tua fama hedionda te foi cruz
E não foi pouca
Paga teu erros
Na morte de quem foi tão algoz
Apoiador durante as noites
Nas tabernas
Triste a casa cinza
De agora a antes
Nada mais de fluir os ventos
Nem cantar as noites nem a lua
Já perdeu a graça
As risadas de adolecência
Já passou, hoje é lembrança
Tudo se foi
Sobrou aqui a criança sarcastica
Mentindo de viver a vida de infancia
Sem lagrima