sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Fé com inicial O

Tua falta de fé
Mesmo com os ramos verdes
E este silêncio soturno
Que corre pelas montanhas
De papeis escritos sem sentido
Quando te olhei você me sorriu
No meio dos ecos
Dos vidros espalhados no chão
A minha paz costurada
Com fios de nuvens cinzas
A minha voz deformada
Porque na tua distancia
Calaram-se os signos
Escreveram-se cartas com o tempo
Nas garrafas
E a mim como corpo que anda e fala
Vez um sonho dormido
E de fúria me lembras de que sou pó
Vindo do pó e ido ao pó
Mas tua falta de fé
Apesar dos ramos vedes
Secou as águas da fonte
Mesmo meus olhares admirados
E admensionais
A tua falta de fé criou desertos
A tua falta de fé
Fez escrituras mortas
Em mim que sou teu sangue
Não tens fé
A tua descrença
Secou minhas veias
Mesmo com as pedras do chão talhadas
Tua falta de fé matou a arte
E a transparência
E as minhas mãos invalidas
Cavando na terra
Um triste passado sem lembrança
De colunas caídas
Em nome de guerras santas
Prometida como paz por séculos
O céu imita sonhos acordados
E um sentimento solto
Pelos espaços


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