quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Restos de noite
Quando você me perguntar
Porque cumprimento as pessoas sem parar
Notará uma pequena parte de humanidade em mim
Do tamanho cortado de uma agulha
Que odeia falar
Talvez recebamos um telegrama de 50 anos
Talvez jurem ter nos visto na segunda guerra
Talvez troquem nossas idades ou o nosso lugar geográfico
Quem sabe questionem se realmente vivemos nesse lugar
Ou quem sabe em outro lugar no espaço
Você pode afirmar com fé que eu seja lunático
Enquanto caminho sorrindo feito bobo pro ar
As vezes eu até mesmo sinto ter morrido mil vezes
Como uma marcha de violino em tom mais rápido
Talvez eu apareça mesmo um tanto pálido
Mas nada que haja de se preocupar
Talvez alguém esqueça meu endereço
Talvez alguém venha me visitar
Talvez eu dê todas as minhas moedas a um necesitado
Talvez eu tenha vivido no antigo Egito
Ou quem sabe tenha vindo do mar
Você pode me parecer um tanto confuso
Ouvindo eu contar de meus pensamentos
Existem vidas que sustento sem mencionar
Entre a noite de um dia e uma madrugada
Falo palavras alegres para ninguém me encontrar
Enquanto tento por alguma alquimia me evaporar
Talvez eu não amarre meus cadarços de cobre
Talvez eu emudeça meus olhos de nevasca
Talvez eu encontre em meu corpo algo do império Inca
Talvez eu seja o calendário de alguém que vai nascer
Você vai saber quando eu decidir contar
Tenho a gratidão como forma de me desculpar
Na verdade eu sinto uma culpa por tudo ser como está
As vezes me sinto um universo sem a vaidade de estar
Contando o tempo de todos com a altivez de um criador
Criador que não soube a si mesmo criar
Talvez o ritmo dos segundo seja uma melodia
Talvez eu veja meu rosto nas poças de ladrilhos bizantinos
Talvez as minhas digitais nunca mai sejam iguais
Talvez eu fuja para uma floresta de espinhos
Talvez me encontrem nos limites do grande abismo
Você correu correu no mesmo lugar
Tentando me perguntar o porque de tudo
Como se fosse fácil assim resumir todo um mundo
Em duas ou três palavras pra se trocar
Em uma noite de apenas uns grãos de areia
Talvez ainda haja ar nos meus pulmões
Talvez ainda haja tempo pra recordar
Talvez ainda haja tempo para este mundo antes de se acabar
Talvez ainda hajam palavras a se descobrir
Talvez ainda haja alguma coisa que se possa falar
WallMushu
domingo, 6 de setembro de 2015
Adeus ao distante
Não te verei
Sobre minha mesa de estanho
Com suas palavras e erros
Com seus fins de semana em pleno silêncio
Olhei o relógio sem ver as horas
Só pensando em você
Observando seu Adeus
Enquanto me desfazia de meu pedido
Os corvos voaram pelo céu sobre nós
Em asfaltos de sexta feira
A minha morte foi revogada
Pra ouvir o seu adeus
Eu também salvei a tua vida
Só você não percebeu
Eu tirei gesso do meu peito
Quando quase tudo morreu
Os mares devolveram as crianças
Essa dor me doeu
Não sei se você me percebeu
Mas eu estava morto demais
Eu pensei em partir com você
E esquecer a vida que eu vivi
Graças, graças ao bom Deus
Salvados fomos, você e eu
Você nunca irá ler
Eu protegi teu nome por amor
Você não vai saber que fui eu
Que guardei teu nome na minha dor
Sobre minha mesa de estanho
Com suas palavras e erros
Com seus fins de semana em pleno silêncio
Olhei o relógio sem ver as horas
Só pensando em você
Observando seu Adeus
Enquanto me desfazia de meu pedido
Os corvos voaram pelo céu sobre nós
Em asfaltos de sexta feira
A minha morte foi revogada
Pra ouvir o seu adeus
Eu também salvei a tua vida
Só você não percebeu
Eu tirei gesso do meu peito
Quando quase tudo morreu
Os mares devolveram as crianças
Essa dor me doeu
Não sei se você me percebeu
Mas eu estava morto demais
Eu pensei em partir com você
E esquecer a vida que eu vivi
Graças, graças ao bom Deus
Salvados fomos, você e eu
Você nunca irá ler
Eu protegi teu nome por amor
Você não vai saber que fui eu
Que guardei teu nome na minha dor
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