terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Hoje

Hoje voltei a escrever, parece muito ou pouco tempo não sei. Andei envolto de tudo o que me aconteceu e do que eu fiz acontecer, não sei, me pareceu meio estranho, mas tive a sincera certeza dentro de mim, dentro do meu mais fundo pensamento, tive e tenho certeza de que fiz o certo.
De que me adiantaria matar muitas vida perto de algo que eu me tornava que nem mesmo me reconhecia quando me olhava no espelho de manhã, pois tudo é um constante princípio, as vezes acho que estou enlouquecendo.
No entanto, me retirei aos mais áridos desertos e lá fiquei, procurando por papiros antigos que somente eu entendo, agora é madrugada, tem um choro recem-nascido, como um desespero na rua que de súbito me gerou um ódio demoníaco contra quem o estava cometendo e nem mesmo mais consigo encontrar o rumo do que estava escrevendo. Me conheço, me sei, no entanto algo sempre cresce dentro de mim, que é mais forte do que eu, aquilo que não tem caminho, aquilo que não tem chegada, porque não mora em lugar nenhum.
Agora é madrugada, no entanto, nem me importo porque somente agora consegui escrever o que não tem cheiro, o que não tem estadia ou passagem, o que não tem rosto ou semelhança, porque somente não é nada nascido .
Neste estado presente de mim, tudo o que me tornei agora compôem uma obra que eu não sou, o que não tem melodia, o que não tem tonalidades, o que não tem dimensões, porque é uma coisa só.
O que eu sou não se mede em palavras e o que eu escrevo vai muito além delas. Hoje foi uma terça feira.

2 comentários:

  1. Parece um misto de raiva e tristeza seu estado de espirito...

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    1. Sim, junto a tudo isso, um pouco de urgência, como quem fica muito tempo embaixo d'água, e quando sobe, tenta respirar o ar de uma vida inteira. É este meu atual momento.
      Obrigado pelo comentário.

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