domingo, 31 de janeiro de 2016

Nascimentus

Sacrifiquei-me no ano da guerra
Ouvindo a voz do longínquo cais parado
Ouço as vozes cantando em coro pela paz
A maravilha das maravilhas anônimas

Deitar-me-ei entre o enquadramento das bases
Da corredeira das águas até o Coliseu
Ouço ao fundo harpa e violoncelo
A voz timbrada dos mantras tibetanos

Abro os braços ao metafísico Atlas
E seu mundo cuja palavra não saberei dizer
Fechando os oceanos de lentes azuis claras
Aos passos vacilantes dos que andam sobre o mar

Das profundezas clamo a ti senhor
Entre os trechos das linhas e da costura de meus medos
Desce da torre o herói agora exausto
De sua vitória perdida

Criarei louvores eclesiásticos
Aos anjos de gelo seco antes do meio dia
E na hora aberta recitarei em voz alta como salmos
Com amor paradoxo e oval

Ave aos seus passos Lucianira
E sua poética de linhas esquadrejadas
Como ladrilhos que ocultam a sequência do cofre
Guardas os tesouros de todos os reinos e também das fadas

Guardais os portões de puro bronze lapidado
Dos tempos luzeiros do ouro e da platina
Queimando nas veias o sangue de parafina
Palavras de significados cifrados
Criptografia

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