sexta-feira, 18 de março de 2011

Ode ao herói

Bendiz a tua pátria, a tua espada
A vitória santa de tua bondade
vem coroar tua face com as chagas
Vê perante teu olhos a face
Daqueles que te beijaram pra te entregar
no amanhecer da tua fraqueza
Vê diante do coração a adaga
e o elmo de prata
A declamação do juramento
perante o sudário retirou o luar
que banhava as cabeças
Em tua entrada, tua bandeira incendiada
Tuas mãos marcadas ao fio da espada
Cobravam o centavo da tua jornada
Eis que tua bondade te levou a nada
Vede teu coração preso na estaca
Perante a inquisição da tua glória
Vede tua cabeça perante a foice
perante a corda.
E beijas a cobra, bebes o veneno
e conta a horas de tua morte anunciada
E te colocas na boca dos lobos,
enquanto espera o sinal da batalha
Bebes o veneno das cobra e perde tua força
Enquanto tua esperança morre de misericórdia
Na entrega tua e na tua fidelidade
deste as mãos aos teu algozes demônios
vestidos de anjos
Deste teu sangue aos vampiros
E te fechou pra luz dos sábios conselhos
Bebes agora de tua vitória, tua morte calma
de brilhante semblante, que te devora
Oh anjo rebelde, porque te lançaste as chamas?
Porque as achaste santas?
O que será de tuas asas, se te jogastes ao inferno
com tuas veste tão brancas
Teu anel dourado, se parte aos juncos de tua cruz
Tu foste pérola aos porcos,
as tuas tranças dadas aos ventos
Caminhas pelas pranchas
Oh herói triste, tão rápido foi o golpe
que teu sangue é tua unica sede de salvação
Que fazer perante o monte e os ecos
Antes da noite, enquanto os fantasmas
fazem sua via sacra de diamante
esperando tua derrota
Érgue-te que já vem os exércitos
pelas linhas tortas
Não te leves pela febre que bate as portas
Não te leves ao juramento das vítimas
Vira teu rosto as dores
Pois que no inferno as intenções
são sempre virtuosas
Pois que no inferno, as línguas
são cheias de adoração em rimas e prosas
Pois que no mesmo inferno te pediram as provas
Vede que teus advogados foram jogados nas forjas
Vede que teus advogados estão em lágrimas
e de joelhos choram tua sorte pavorosa
Vede que teus advogados foram presos
E que tu os traiste por infancia
Vê que tua bondade te levou a nada
Tua boca foi calada, pelas mãos
das negras corjas
Eis tua vitória

Dedico esta poesia ao herói cujo coração está morto pelas espadas.
Dedico também as almas que me gritaram antes que eu desse o ultimo passo, mesmo que em vão, antes que me agarrassem pelos pés e me levassem ao inferno.
Dedico esta poesia aos meus advogados a quem entreguei nas mãos dos algozes de falsos olhos doces.
Dedico esta poesia as mãos dos anjos que aos poucos me salvam.

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