sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Imantum

Dadas as rosas ao vento
E a luz que aos poucos se torna sombra
Ao tocar na gota de um lamento
Camponesa vida tristonha
Pelos campos, respirando as nuvens
Há anjos e ratos dentro de mim
Como moradores da pensão
Batem os sinos
Minha lingua tem o mel e o sal
E as partituras lindissimas
Quantas virtudes fazem o homem?
Tenho dois corações, um ateu
O outro santo, como um perdão
Que as almas passem pela harpa
E que refinada saia a gota
Que é Deus

Dormia

Os meus tantos olhos
Que descobriram as cores
Nas sombras
Quem me dera ter
As asas de metal
Dos anjos sorrateiros
Devo pedir licença educadamente
E traduzir com o sal
As linhas horizontais vistas no céu
Chover como as estrelas
No milagre inédito
Sobre os telhados cinzentos
Ouço baixo o som das cores
Indecisas e emotivas
Como os cantos onde se escondem
Os segredos que fogem as mãos
Das luz do dia
Durante o dia sou um
A noite sou outro
Será a lei inquieta
Da verdade que é buscada
Em vidas caminhadas
E apertos de mãos
Dedilha-me as palavras santas
Na melodia, no amor
No dom e na poesia

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sem mais

Olhe e veja
Os rostos que vimos a poucas horas
Ou falamos demais
E tivemos visões proféticas
Da arte como um todo
Dentro das ilusões amargas
O doce canto de uma morte real
Fora de nossos sonhos
Nossa natureza concreta
E sem dinheiro
Somos ricos
Não porque temos
Mas porque vivemos
Tudo a seu respeito, vida querida
Vida,minha vida
Doce, querida e amarga
Vida dos meus pulmões
E o meu amor na esquina me vendo
Me esperando chegar
Eu estou romantico demais?
Se sou tão ácido?
Devo as palavras o meu castelo
Devo a minha não forma cognitiva
Ao gato que me assustou em uma noite dormida
Enquanto eu acordava
Sem mais vão-se as horas
E com elas a minha vida
Sem mais

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Navalha

Eu quero a beleza
Parada das fotografias
Como uma carta
Não de despedida
E entregue dentro da suma
Oportunidade verde da antecipação
Madure os grãos, desertos da areia
Nos ventos as primeiras melodias
Da madrugada
E o abrir das primeiras rosas
Ainda pálidas e virgens
No asfalto
Nasci como libra em lua nova
No mistério triste da revelação
Palavra a palavra trocada como presente
Ninguém entende
E as vezes eu odeio toda essa gente
Que eu sou

Numa noite de terça

Porque não pararam
E só viraram o rosto
Quando viram o menino
E as flores de plastico
Imitando o que ninguém pode fazer
Não viram a vida que o jovem idoso
Carregava com o peso de uma penitência
Eu talvez desejei o inferno
Ou meu coração pulsava mais rápido
O frio e o suor nos lábios
A promessa por todos os lados
Não temos vagas
E eu não tenho casa
Tenho os cantos e os buracos
As penas empalhadas
Da pomba da paz nos cinemas
Dobram o relógio
Que eu atrasei de pena
Ainda vejo pessoas de plasticos
Praticando a caridade plastica do placebo
Esperando na fila pra pegar o remédio
Usando os lenços de papel
Um coração como a torre
De Babel

sábado, 22 de janeiro de 2011

Balanços

Chove doce olho
Aqui ninguém vem
Mesmo com o coração aberto
Porque ninguem tem
Medo do mundo
Até o susto
Porque passaram as nuvens
E porque não fez frio
A maior diferença que somos
É ser nós mesmos
Apesar de tudo
Me veja no espelho
Mesmo meus braços
A minha vida magra e até nconstante
Vem te manter
Mesmo as minhas asas de cera
Voaram pelos outros planetas
Mas eu te abraçarei
Não entenda todo mundo
Porque ele gira mesmo se não estuvermos
E isso ainda é novo pra mim
A gente ainda tem muito por vir
E ainda não morremos vivos
Nos cacos do chão gelado
Não me peça passos ousados
Pois isso vem em segredo
Apenas senta comigo
E olha os carros
Essa gente tem ainda vida e tem que viver
Apesar de tudo
Nem tudo vai ser diferente
Entende e deixa passar
Porque já não tem volta
A vida me deu dores e levou alegrias
Nosso consolo é o amanhã
E o que nele é novo
Pro nosso bem

domingo, 2 de janeiro de 2011

Trecho

...
Ah, eu estou no chão
Na realidade
A terra é oval
A lua é um sinal
No sol ou na chuva....

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