segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Alegria em perolas e sal

O que pulsam em tuas veias
Claro coração do oriente?
Pássaro canoro de fogo
Dentro do deserto a noite
Beijado Adão no ato de sua morte
Descansado corpo, o primeiro homem
O mundo como herança

Vede-me vestido em sanscrito
Com olhos de hierogrifos
A esfinge desconhecida
Temeu decifrar o que não podia 
Mão de água doce batendo o rosto
Visão de fogo do sol que queima
A terra batida

Moeda de tostão e honra
Lavada em sangue e parafina
Em noite de lua vermelha
Chorosa de maré cheia
Com perfumes de carvalho
Plantado em promessa e acordo
De nome e sobrenome

Rosa verde de dentes
Entre ervas de cristal e quartzo
Guardam lagrimas secas
Ocultas em lenço azul
De orbital aurora
Banhada em chuva e sereno
Deitada em relicários


Consagradas em gramínea verde
Em água de cheiro e morte
Amarradas em tranças brancas
E barbas envelhecidas em vinho novo
Dormido em odre de barro malhado
Modelado em dor e angústia
Cinzas da guerra santa
 

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