quarta-feira, 24 de junho de 2009

Dentro da catarse

Agora posso deixar as palavras de profunda dor e ódio, nascidas da crescente manhã de suor, era ainda eu contente e virgem daquele dia, que viria a roubar-me a pureza de um acordar conturbado de sonhos reveladores ao pós vir da tarde, e me jogar na realidade de um cacarejo de galo perdido, uma vez que canta sem ser manhã, eu já era um eu conturbado, pela viagem noturna na maresia esfumaçada dos enigmas de além universo, me tornei mais um andando e correndo ser ver tempo no mar grafitado de profissionais, palavra da qual realmente odeio.

Com tudo realizei-me nos atos secretos do sonho, tendo a magia de interpretá-lo, e convidando-o a ser eu, como realmente era, eu me tornei mais um sonho que de mim fez parte mais feliz, mas o que eu, pobre sonho não sabia, é que dentro do dia, não há mais sonhos que pesadelos, morri, fui jogado, batido e deturpado depois de morto, e a morte impossibilitada de lembrança, me envolveu em cólera mortífera aos vivos, mortal e consangüínea à minha inocência aos atos públicos, que virgens de macetes pré nuspciais de vida, foram caros à minha ousadia de ajuda voluntária e desatenta.

Fui eu, assumi a culpa e morte, mais do que certa de quem por força de vencer era derrotado por sua própria ignorância tão sedutora, eu já era ele, rogando a ajuda divina de um anjo, inocente que aceitasse, embora relutante a culpa do outro, para tomar para si a ultima pedra que despencaria o penhasco da morte dele, então usei minha divindade de inteligência e bom serviço em salvar àquele que buscava meu socorro, porém eu, como anjo da guarda, fui recrutado, sem meu próprio saber e bondade voluntária, fui então um anjo involuntário, e recebi as flechas de desconfiança e de revolta sem ter a culpa nem a consciência da culpa da qual recebia, recebi toda dor, e não sabia o porquê.

Fui atravessado por pecados que o pecador, mesmo agora sem tanta inocência me lançava a fel e brasa o castigo de lhe que eram mais do que justamente merecedor. Morri sem saber da morte que morria, mereci sem saber qual o merecimento que merecia.

Estou morto, e, sem ainda ter tempo de nascer, me mataram, sou morto andando entre os vivos causando espanto a minha presença, mas desta vez nasci da morte pelo ódio, do qual nunca se mostrara tão habilidosa parteira ao assegurar a minha vida em risco.

Eu era ele, e por mais que procurasse não sentia culpa por não ser o alvo dos ataques dos quais deveria ser, mais isso não me abria às janelas de uma consciência que tão morta era, que mais lembrança parecia, ou mais, mero resquício de ilusão.

Ah! Tenho vontade de dizer agora o quanto sinto magoar aqueles a quem amo, e que não quero por toda a vida machucar, mas não sei quais mistérios escondo ainda de mim mesmo, ainda preciso de alguém que conheça mais de mim para me ajudar a ver como ainda não me vejo, creio que estarei tão delgado, e tão ríspido, que não poderei reconhecer quem mais odeio neste mundo, aquele que me é tão antagônico, e justamente a minha imagem e semelhança, camuflada por belas nuvens de calma e torpor de tranqüilizantes suaves de raiva.

De verdade, não quero parar de escrever, ou me enforcarei dentro do punhal da benevolente boa vontade roubada, o que eu não tenho de prontidão para imprevistos de vivos já tem idade suficiente para saber o certo e o errado, e o que fazer.

Segundo ainda os lógicos traços de raciocínio, pude me refazer antes do meu confessionário, eu era somente eu agora, cheio de ódio por aquele a quem salvei e tão calmamente, por calma cheio de si, como confiança, me lançou dentro de todo o fogo de do meu julgamento, Culpado! Culpado! Culpado! Eu era culpado do mal de outro, mas ainda me restava meios de me tornar a vítima da culpa inocente, que de virgem não tinha nem cabelos, de me tornar o criminoso do seu crime de não ser solidário ao seu companheiro.

Um anjo, porém mais sábio me foi mandado, para me salvar da pena de ser humano culpado, e me ensinou a ser justo sem ser mau e dar o naco de responsabilidade a cada representante de sua espécie de ser como escolhera.

Ser saber o que era eu continuava a ser o anjo invisível de ser, humano como fui feito, dentro do sexo e do amor, que são um dos segredos de Deus aos homens, ainda sou sem deter os inúmeros mares de pedidos a serem atendidos, por que há outros de mim, por todo o mundo, mas não posso revelar quem são, posso dizer que há um no Paquistão, um no Afeganistão e um na Itália.

Mas isso já são revelações dentro de linhas curvas entrelaçadas com mais outras nesgas de pensamentos e ganchos de idéias propositais e involuntárias, sou anjo, santo e humano sem nenhum dos dois.

Sou o golpe de misericórdia.

WallMushu – 23/06/2009

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