domingo, 22 de março de 2009

Crescendo

Crescendo a gente inventou o tempo
E descobriu o arrependimento
Andando a gente descobriu o tombo
E quanto vale estender a mão
Perdendo a gente aprendeu a dar valor
E ganhando a gente aprendeu que quase tudo é superfluo
A gente aprende que as coisas de valor não ocupam espaço
A gente aprende que nem todo mundo é confiável
E que nem todo tempo somos confiáveis
Crescendo a gente aprende que mentira não é coisa séria
E que deve ser bem feita
A gente aprende que os pais mentem pra gente
Tanto quanto nós mesmos pra eles
A gente aprende que pai e mãe são o significado de sacrifício
Mas que nem todos os pais do mundo prestam
A gente aprende a sofrer, e sofrendo a genter aprende a ter força
Crescendo a gente nota que sorrir é pra poucos
E que só as pessoas interessantes sorriem
Aprendi que podemos ser eternos pela lembrança
Imortalizados pelas palavras
E inesquecíveis pela saudade

sexta-feira, 6 de março de 2009

Alguns pensamentos de cigarro

A critica concerta o mau popular que é a moda, que é a única doença que todo mundo acha bonita, moda é puro comércio de hipocrisia, aliás é a única coisa que você paga pra usar menos tempo do que pensa, e que depois de bonito vira feio e ultrapassado.
A maior invensão da malandragem popular foi a desculpa, pra tudo tem um jeito.....uma desculpa....ou um remendo, cade o terrível castigo a punição, afinal, assim como porra virou virgula, desculpa virou uma nesga na calça da mancada de todo dia, pra fazer ela ficar justinha, pra compensar a costura errada.
Aliás, desculpa é a falsidade mais aceitável do mundo, é a forma mais bem inventada de não se assumir a culpa e ainda mais, de deixar a consciência com um brilho livre de peso, ja pedi muita desculpa nesta vida, hoje prefiro ser cara de pau em não dar o braço a torcer, não assumo erro algum, não me arrependo do que fiz, nem do que não fiz, e não peço desculpa.

Um pouco de poesia radicalista

Vencendo as pausas
E as pedras,
Marginais crenças
Vendendo vidas
Pintando palavras
Polidas
Rasgando folhas
Chingando santos
Perdendo o nexo
Criando exércitos
E agora matando vidas
Castrando crianças
Fumando dinheiro
Bebendo pinga
Sujando as águas
Pregando ataques
E intrigas

quinta-feira, 5 de março de 2009

Um sincero radical


Eu sou palavras claras
Palavras curtas
Uma navalha afiada

Bebendo a vida
Bem acordado
Noite e dia

Fazendo mil e um poemas de amor
Cantando nos becos
Sem saída

Eu tenho uma doença
Aguda e grave chamada amor
Que me leva a febres de todos os graus

Faço a sorte e o azar
Vejo o mundo numa luneta
Esmolo doses curtas na sarjeta

Eu sou puro bem e mal
Irredutível pequeno polegar
Um sincero radical

domingo, 1 de março de 2009

Caretas feias sozinhas

A noite tem amigos que só duram uma noite, caras pintadas de puros sentidos duplos ou triplos, querendo falar a toda hora, todos de uma vez, mil ideias no ar pra se compor filosofias baratas e a prestação, aumentando os juros de maresia, a luz dos postes são o sol do dia na noite e na madrugada, um encanto de margaridas.
Um pouco de mentira no outro dia, pela noite de alegria, loucura com drogas é covardia, é muito fácil, loucura pura é pura força, e não fraqueza batida com medo mexido, eu não gosto do dia, a noite é minha vida, não sou garantia de vida amanhã, por isso refino minha vida, que me alucina, me faz ficar fora de mim, entorpecido com pura sinceridade, sou louco sem nada pra forçar minha loucura, sou louco de puro sangue, sou forte por que quero, sou forte pra mostrar, minha fraqueza derrotada, perante minha insana rebeldia, não recebi meu papel na vida, improviso nas horas vagas, gosto de expressar o meu estilo, de tudo um pouco, de artista a pai coruja, meus pais e irmã são cobaias como meus filhos, sou espírita e umbandista, tenho meus guias que confiam em mim, mas reprovam um pouco meu geito, mas admitem que sou eficaz na missão que não sei direito, improviso pra não errar na hora "H", sou adepto do mais impossível, explorando ao máximo pra ir cada vez mais até o infinito do ser.

"O medo está longe das mãos, pra ser agarrado e virar certeza."
"Falo demais, mas faço demais."